
O que é obesidade?
Obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, associada a diversos problemas de saúde.
Como se desenvolve ou se adquire?
O organismo humano é o resultado de diferentes interações entre o seu patrimônio genético ( herdado de seus pais e familiares ), ambiente sócioeconômico, cultural e educativo e o seu ambiente individual e familiar. Portanto, uma determinada pessoa apresenta diversas características peculiares que a distiguem, especialmente em sua saúde e nutrição.
A obesidade é o resultado de diversas dessas interações, nas quais chamam a atenção os aspectos genéticos, ambientais e comportamentais, sendo assim, filhos com pais obesos apresentam alto risco de obesidade, bem como determinadas mudanças sociais e comportamentais estimulam o aumento de peso.
Independentimente da importância dessas diversas causas, o ganho de peso está sempre associado a um desequilíbrio entre a ingestão de alimentos e o gasto energético. O aumento da ingestão pode ser decorrente da quantidade de alimentos ingeridos ou de modificações de sua qualidade, resultando em uma ingestão calórica aumentada. O gasto energético, por sua vez, pode estar associado a características genéticas ou ser dependente de uma série de fatores clínicos e endócrinos, incluindo doenças nas quais a obesidade é decorrente de distúrbios hormonais.
Diagnóstico
Os passos iniciais para a determinação clínica da presença de sobrepeso ou obesidade são as medidas de peso e da altura, um dos processos mais úteis é o IMC ( índice de massa corpórea), que é a relação entre o peso medido em quilogramas e estatura medida em metros elevada à segunda potência:
IMC = P(kg)/ AXA(m)
Sendo que se o resultado ficar entre:
18,5 – 24,9 = Normal ( risco de doenças associadas normal)
25,0 – 29,9 = Sobrepeso ( risco de doenças associadas elevado)
30,0 – 34,9 = Obesidade grau I ( risco de doenças associadas muito elevado)
35,0 – 40,0 = Obesidade grau II ( risco de doenças associadas muitissímo elevado)
> 40 = Obesidade grau III ( Doença presente)
Essa classificação, no entanto, deixa a desejar, pois o IMC não é capaz de quantificar a gordura corporal e só leva em consideração o peso e não a composição corporal de cada indivíduo, portanto, um atleta com grande massa muscular e pequena quantidade de gordura pode ser classificado como obeso e o mesmo pode acontecer com um paciente edemaciado. Com o intuito de eliminar essa possibilidade, ultiliza-se a análise da composição corporal de determinação da quantidade de gordura ( massa gorda) e da quantidade de tecido sem gordura ( massa livre de gordura) para o diagnóstico e classificação da obesidade.
Tratamento
O tratamento da obesidade envolve necessariamente reeducação alimentar, aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares. Dependendo da situação de cada paciente, pode ser indicado o tratamento comportamental envolvendo o psiquiatra. Nos casos de obesidade secundária a outras doenças, o tratamento deve ser inicialmente ser dirigido para a causa do distúrbio.
Reeducação alimentar:
É fundamental, uma vez que, através dela, reduziremos a ingestão calórica total e o ganho calórico decorrente. Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a dieta hipocalórica balanceada, na qual o paciente receberá uma dieta calculada com quantidades calóricas dependentes de sua atividade física, sendo os alimentos distribuídos em 5 a 6 refeições por dia, com aproximadamente 50 a 60% de carboidratos, 25 a 30% de gorduras e 15 a 20% de proteínas.
Exercício
É importante lembrar que atividade física é qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em gasto energético e que exercício é uma atividade física planejada e estruturada com o propósito de melhorar ou manter o comdicionamento físico. O exercício apresenta uma série de benefícios para o paciente obeso, como:
– diminuição do apetite
– aumento da ação da insulina
– melhora do perfil de gorduras
– melhora da sensação de bem estar e auto-estima.
Drogas
A utilização de medicamentos como auxiliares no tratamento do obeso deve ser realizada com muito cuidado, afinal, cada medicamento apresenta diversos efeitos colaterais, e alguns deles bastantes graves como arritimias cardíacas e dependência química, portanto devem ser usados sob julgamento e acompanhamento criterioso médico.Vale salientar que o uso de substâncias sem respaldo científico, entre eles, laxantes, estimulantes, sedativos e outros produtos recomendados como “fórmulas de emagrecimento” é uma estratégia que além de ser perigosa, não traz benefícios a longo prazo, fazendo com que o paciente retorne ao peso anterior ou até ganhe mais peso.
Patologias relacionadas a obesidade
– Gota
– Artroses
– Diabetes
– cálculo biliar
– apnéia do sono
– derrame
– dislipidemia
– hipertensão
– infarto do coração
– varizes
Como nos alimentar para evitar a obesidade:
Reduzir a ingestão total de calorias
Para que uma dieta tenha um efeito emagrecedor, deve fornecer menos calorias do que as queimam.
Manter uma proporção equilibrada na procedência de calorias
As calorias ingeridas em uma dieta de emagrecimento não devem proceder somente das proteínas e das gorduras, tal como se propõe em alguns tipos de regimes. O ideal é que em uma dieta de emagrecimento saudável, as calorias procedam dos três nutrientes energéticos:
Gorduras = 15 – 30%
Proteínas = 10 – 15%
Carboidratos = 55 – 75%
Escolher alimentos que saciem
Costumam ser os alimentos ricos em fibra. Ao reter água, a fibra aumenta o volume no estômago e produz sensação de saciedade. As verduras em geral, as algas, a batata e algumas frutas, como as cerejas, são alimentos que saciam.
Escolher alimentos com baixa densidade energética
Deve-se aumentar o consumo de alimentos que fornecem poucas calorias em relação ao seu peso, como as hortaliças, verduras e frutas.
Adquirir bons hábitos alimentares
– Comer lentamente, mastigando cuidadosamente os aliemntos. Está comprovado que dessa forma se ingere menos quantidades de alimentos e , portanto, menos calorias.
– Evitar comer ou beliscar entre as refeições.
– Evitar os motivos de ansiedade e de preocupação na hora de comer, pois fazem que inconscientemente se ingira mais quantidade de alimento.
– Fazer do desjejum e do almoço as principais refeições do dia. Um desjejum reforçado evita a obesidade, enquanto o leve e rápido a favorece.
Cerejas ou bolo recheado?
Meio quilo de cerejas contém 360kcal, aproximadamente as mesmas que 100g de bolo de chocolate.Ingerindo igual número de calorias, o bolo favorece a obesidade, enquanto as cerejas a evitam.Em uma dieta de emagrecimento não importa apenas o total de calorias, mas sua procedência. Com igual número de calorias ingeridas, os cereais, as hortaliças, os legumes e as frutas engordam menos que os doces, os bolos, os embutidos e os patês.
Meio quilo de cerejas

– Come-se lentamente ( em aproximadamente em 10 minutos)
– Produz sensação de saciedade
– Aporta açúcares simples, de absorção rápida, mas que ao serem combinados com a fibra, são absorvidos mais lentamente do que se fizessem parte de um bolo ou torta doce.
– Contém vitaminas do grupo B, que facilitam a metabolização dos açúcares. Portanto são queimadas e aproveitadas mais facilmente do que se fizessem parte de um bolo ou torta doce.
Bolo recheado

– Consome-se mais rapidamente( em aproximadamente 1 minuto)
– Não sacia, por isso continua-se comendo
– Contém gorduras saturadas e carboidratos refinados, os quais se transformam em gordura de depósito, a menos que se realize um esforço físico intenso.
Uma dieta saudável deve ser incentivada desde a infância, evitando -se que as crianças apresentem o peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual incluem atividade física, lazer, relacionamentos afetivos adequados e estrutura familiar organizada. No paciente que apresentava obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o tratamento de manutenção deve incluir a permanência da atividade física e de uma alimentação saudável a longo prazo. Esses aspectos somente serão alcançados se estiverem acompanhados de uma mudança geral no estilo de vida do paciente.